Mercado de Sant Antoni, Barcelona, Espanha
17/07/2019O edifício do Mercado de Sant Antoni foi construído em1882 a partir do projeto do arquiteto Antoni Rovira i Trias e do engenheiro José M. Cornet i Mas. É um dos edifícios públicos mais icónicos do bairro barcolonês do l’Eixample. Possui uma planta em forma de cruz grega e tem um octógono central com uma cúpula. A sua posição estratégica no centro da cidade catalã transformou-o no centro de uma atividade comercial, que ultrapassa os limites do próprio edifício e dá significado a todo o bairro que o rodeia. Contudo, a sua reforma era necessária. O estúdio de arquitetura Ravetllat-Ribas assumiu a nova fase arquitetónica do mercado municipal realizando um projeto de remodelação integral complexo.
Um projeto com muita complexidade técnica
O projeto de reforma resume-se a duas intervenções principais. Em primeiro lugar, na reabilitação do edifício histórico com a restauração dos elementos estruturais e de encerramento para sublinhar o seu caractér monumental. E, em segundo lugar, na construção de quatro pisos subterrâneos novos para alojar uma nova superfície comercial e serviços de apoio como armazéns, espaço para instalações, carga e descarga e estacionamento.
O projeto implicava uma complexidade técnica importante, tanto a nível estrutural como a nível de instalações, mas também pela conservação da Via Augusta romana e o baluarte de Sant Antoni que tiveram de ser realizadas no próprio processo de escavação. Por este motivo, propôs-se construir lajes termoativas, que combinam a função estrutural de contenção de terras (função resistente) com a capacidade de levar a cabo um intercâmbio geotérmico (função térmica) com o subsolo e a água subterrânea mediante a instalação de sondas geotérmicas.
Resolvida esta complexidade técnica, o mercado reabilitado aloja três mercados, o de encantes, o de fresco e o dominical. O esquema na planta definido no projeto possibilita a coabitação de dois deles sem interferirem um com o outro no interior do edifício. Na zona de peixe e de restauração, além de optar por um piso antiderrapante para evitar quedas, foram distribuídos canais de drenagem Multidrain da ACO com grelha entrelaçada em aço inoxidável. Isto permite que a água, resultante do gelo utilizado para manter o peixe e o marisco em exposição fresco, ou utilizada para limpar os expositores, seja recolhida por este sistema de drenagem. As grelhas do canal encontram-se ainda recobertas por uma capa protetora superficial de zinco de espessura variável que garante uma grande resistência contra a corrosão.
Novos espaços públicos
No exterior do edifício, foram recuperados os pátios triangulares, que além de facilitarem a visibilidade e o aceso ao edifício, foram convertidos em novos espaços públicos para o desenvolvimento do mercado dominical, mas também para que possam ser realizadas atividades sociais, como os contos de histórias ou outros espetáculos ao ar livre. Tanto nos acessos ao edifício principal como nos novos pátios, foi instalado um total de 60 metros de canais de drenagem Self 200 da ACO com a finalidade de recolher as águas fluviais e evitar a formação de zonas de acumulação de água nas zonas pedonais. No estacionamento e em áreas onde pode haver tráfego rodoviário, optou-se por 140 metros de canais de drenagem ACO Multidrain 200, fabricados em betão polímero, que graças ao seu desenho em forma de V, aumenta a velocidade da água e maximiza a capacidade hidráulica efetiva e a limpeza automática do próprio canal.