Sede BBVA, Madrid, Espanha
24/04/2020A sede do BBVA consiste de uma estrutura linear de edifícios de três andares, com pátios, passagens e jardins de regadio, que se estende por todo o local como um tapete, semelhante a um jardim árabe. Os diferentes edifícios unem-se para se ligarem às novas estruturas, criando assim escritórios e jardins de linearidade a escala semelhante. Desta forma, estabelece-se um equilíbrio entre o natural e o construído.
O facto de os edifícios serem de baixa altura incentiva a comunicação. Em vez de apanharem os elevadores, as pessoas sobem as escadas, incentivando o intercâmbio informal; as fachadas de vidro proporcionam vistas tanto para o exterior como para os pátios interiores, criando uma sensação de transparência e um sentimento de comunidade; enquanto as unidades relativamente pequenas permitem aos funcionários identificarem-se com o seu grupo de trabalho específico. Deste modo, dá-se solução às necessidades da propriedade no que diz respeito à organização interna do complexo.
No seu interior, os materiais que foram utilizados procuram dar um destaque especial ao tecido urbano e ao próprio utilizador. Para o efeito, foi instalado vidro do chão ao teto na maior parte dos espaços, conseguindo-se assim a máxima iluminação e transparência, o que possibilita observar uma continuidade visual de três naves através dos pátios. Além disso, a fachada envidraçada dos edifícios oferece boas condições de luz natural nos escritórios para minimizar a iluminação artificial.
Em toda a periferia do complexo existem guarda-sóis que são fixados entre as lajes do chão. Ao contrário das referências modernas proeminentes, estas são recortadas na parte inferior num ângulo para proporcionar mais visibilidade e luz natural onde é necessária menor proteção, o que resulta em elementos figurativos que variam em direção e tamanho de acordo com o ângulo solar e o programa.
Ao longo dos jardins e das ruas bastante estreitas, são conformados com betão exposto uns cantiléveres que s ajudam a proteção solar, a manutenção das fachadas e a redução da necessidade de ar condicionado. A tudo isto junta-se a inclusão de alumínio de cor preta, a madeira de carvalho em elementos singulares, como os corrimãos e calçada de pedra portuguesa, ao longo da qual corre a água através dos canais de drenagem ACO Multiline V100 de forma discreta e subtil, respeitando a estética do conjunto. O sistema Multiline, graças ao seu design em V, aumenta a velocidade da água, maximiza a capacidade hidráulica efetiva e a autolimpeza do canal e permite a instalação de drenagem linear com inclinação incorporada, em cascata ou sem inclinação. Além disso, dispõe de uma grelha de ferro fundido com capacidade de carga C250, ideal para zonas sujeitas a circulação, como parques de estacionamento e bermas.
Sustentabilidade e poupança energética
A sede do BBVA foi construída de acordo com critérios de sustentabilidade para alcançar o menor impacto ambiental possível. De acordo com os dados fornecidos pela instituição financeira, os sistemas inteligentes instalados no edifício alcançaram uma redução de 30% no consumo de energia, reduzindo para metade o consumo de água potável e reciclando 100% dos resíduos. Graças a isso, o projeto obteve o certificado LEED Ouro, um dos padrões de construção mais exigentes.
A fachada é constituída por grandes elementos de vidro transparente com câmara de ar e baixa refletividade, protegidas por um total de 2800 persianas pré-fabricadas fixadas à estrutura que funcionam como filtro solar, evitando a radiação solar no interior dos escritórios e reduzindo a carga térmica no interior.
É de salientar a importância das coberturas ajardinadas e da recirculação da água. As coberturas captam a água da chuva e conduzem-na para uns armazéns de tratamento para a sua posterior reciclagem e utilização na rega. Além disso, a água dos lavatórios é reutilizada para abastecer os sanitários. Tudo isto significa uma redução de 50% no consumo de água potável.
A iluminação possui tecnologia LED, o que significa uma poupança energética de 30% em comparação com a tecnologia tradicional de fluorescência. O sistema está integrado com o funcionamento de estores, que abrem ou fecham em função da posição do sol e comunicam com o ar condicionado para otimizar a temperatura quando os espaços estão desocupados. Para realizar o sistema de climatização, foram utilizados sistemas de vigas frias ativas, que evitam a necessidade de gerar e conduzir grandes volumes de ar condicionado ao longo do complexo.
Uma grande percentagem das necessidades energéticas é fornecida graças às energias renováveis próprias, como painéis solares térmicos ou fotovoltaicos e energia geotérmica de ciclo fechado, que aproveita a temperatura estável do subsolo.