Tanatório Sancho de Ávila, Barcelona, Espanha
08/10/2019Os arquitetos Jordi Frontons, Xavi Durán e Pau Frontons da JFA Estudio de Arquitectura foram os responsáveis pelo novo Tanatório de Sancho de Ávila de Barcelona que substitui, num layout contínuo, aquele que abriu as suas portas em 1968, tendo sido pioneiro ao introduzir em Espanha o conceito de velar os defuntos fora das residências familiares. Cinquenta anos depois, é elaborado um novo modelo para este equipamento funerário adaptado às necessidades do presente e do futuro dos utilizadores. Ao ter de conservar as caves de uma construção existente e a presença das vias-férreas que cruzam o solar no sentido transversal, a equipa de arquitetos decidiu projetar a construção de dois edifícios com diferentes usos e a criação de uma praça interior que se transforma no eixo principal do projeto.
Este espaço público serve para integrar e relacionar as duas novas construções e para enquadrar o conjunto de infraestruturas no ambiente urbano da cidade. A nova praça do tanatório encontra-se acima de 1,5 metros do marco da rua devido às construções preexistentes, pelo que aproveitando esta morfologia, é colocado um elemento unificador que funciona como um "pódio estereotómico". Deste modo, ao elevar-se o novo edifício gera-se também a privacidade necessária para os utilizadores da infraestrutura.
Numa superfície com mais de 1.100 m², solucionado com um piso composto por lajes de betão de cor cinza, foram criados espaços de recolha e descanso formalizados com grandes jardineiras de plantação de espécies autóctones e zonas de bancadas. Estas jardineiras, de geometria variável, são os elementos principais para gerar as diferentes zonas de passagem dos utilizadores e visitantes evitando em todos os momentos as passagens de acesso e saída. Porém, ao mesmo tempo, e graças à vegetação, forma-se uma barreira visual para dar privacidade aos espaços de encontros. O sistema de recolha de águas pluviais da praça foram resolvidos com os canais de drenagem ACO Multidrain MD100 que de dispõem de forma linear seguindo o projeto, o desenho e a composição volumétrica definidos para o espaço exterior do tanatório. Nas zonas mais próximas aos acessos do edifício, optou-se pela instalação do canal de drenagem ACO Self com grelha Brickslot.
Cada um dos edifícios do novo tanatório apresenta-se como um jogo de volumes que mantém uma linha de composição comum e os mesmos materiais. A complexidade estrutural de manter as plantas da cave com estrutura de betão e que estas absorvessem as grandes sacadas com mais de 15 metros em determinados casos, fez com que a nova construção contasse com uma estrutura metálica na sua totalidade. O edifício destinado ao tanatório propriamente dito potencia a horizontalidade dos seus elementos e fecha-se à rua, proporcionando a privacidade que a sua utilização exige, ao mesmo tempo que se abre à praça interior. O outro edifício destina-se a serviços de restauração e administrativos, e é muito mais permeável e transparente.
Ambos os edifícios unem-se entre si por meio de um corredor de metal e vidro e no limite da parcela gera-se um espaço privado para proporcionar os serviços necessários para as salas de velação. Ambas as construções são constituídas por painéis de betão aparente, madeira, cerâmica e vidro. Por fim, os dois volumes contam com terraços exteriores amplos que se transformam numa extensão da praça da infraestrutura. Trata-se de espaços ajardinados com o mesmo tipo de vegetação existente na praça principal. Nestes terraços, optou-se pela instalação em linha com as balaustradas de vidro dos canais de drenagem ACO Self com a grelha quase impercetível Brickslot, que permite a recolha de águas pluviais.